25 de abril de 2024

Polícia do Peru encontra menores indígenas desaparecidos na fronteira com Brasil

A polícia do Peru encontrou os quatro menores indígenas da etnia ashaninka que estavam desaparecidos havia sete dias na fronteira com o Brasil, no estado do Acre. A informação é do Ministério do Interior peruano, desta terça-feira (16).

“As quatro crianças ashaninkas desaparecidas foram encontradas sãs e salvas, perto da fronteira com o Brasil”, disse o ministro do Interior, Carlos Morán, à rádio RPP.

Crianças que sumiram são da aldeia Ashaninka, do lado peruano/Foto: Divulgação prefeitura de Marechal Thaumaturgo

Os menores – de 5, 6, 8 e 14 anos – vão passar por avaliação médica na cidade de Pucallpa, na Amazônia peruana. De acordo com o ministro Morán, eles foram encontrados com um quadro de desidratação. As buscas mobilizaram policiais e equipes da Marinha do Peru.

“O conhecimento da área permitiu a essas crianças sobreviverem em condições difíceis para qualquer pessoa”, destacou o ministro.

Filhos e sobrinhos de líder assassinado

Morán disse que dois dos menores são filhos, e dois, sobrinhos, de Leoncio Quinticima. Ele é um dos três líderes ashaninkas assassinados em 2014 por madeireiros ilegais.

“Eles se perderam quando vinham com seus familiares do Brasil para o Peru”, relatou Morán.

De acordo com o presidente da Federação da Comunidades Nativas de Ucayali (Feconau), Roberto Guimarães, que fez a denúncia do desaparecimento, a comunidade suspeitava que os menores tivessem sido sequestrados por madeireiros ilegais.

Segundo Guimarães, na hora do desaparecimento, os menores estavam com a mãe, Lita Rojas. Ele diz que, de repente, “em um descuido, os meninos sumiram”.

Quem são os ashaninkas?

Os ashaninkas, uma etnia integrada por mais de 80 mil pessoas, habitam a selva central e o sudeste do Peru. Suas comunidades estão situadas em grande parte do Vale dos Rios Apurímac, Ene e Mantaro (Vraem), uma região “cocalera” sob controle militar, devido à presença do narcotráfico e do grupo Sendero Luminoso.

Entre 1986 e 1996, os ashaninkas estiveram no meio do fogo cruzado entre essa guerrilha maoísta e as forças de segurança.

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