Encontro em Brasília
O vice-presidente da Confederação Nacional do Comércio (CNC) e atual presidente da Fecomércio-Acre, Leandro Domingos, junto com os presidentes da Fieac, José Adriano, da Federação da Agricultura e Pecuária, Assuero Veronez, e do superintendente do Sebrae no estado, Marcos Lameira, foi recebido nesta quarta-feira (3) pela senadora acreana Mailza Gomes (Progressistas), em Brasília.
Com a faca no pescoço
Na pauta do encontro estava o desenvolvimento econômico do Acre e as urgentes medidas em defesa do ‘Sistema S’ no Congresso Nacional, ameaçado pelo anúncio feito pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, de cortar entre 30% e 50% dos repasses feitos pelo governo federal às entidades que compõem o grupo.
Tesouradas
A proposta se justifica, de acordo com a equipe econômica do governo de Jair Bolsonaro (PSL), pela escassez de recursos públicos decorrentes da crise.
Impacto
Na ponta oposta, os representantes das entidades que integram o Sistema S, em especial os dirigentes do Sebrae, argumentam que a medida traria impactos desastrosos na política de incentivo a cerca de um milhão de novos pequenos negócios que surgem a cada ano.
Encolhimento
Sesi (Serviço Social da Indústria) e Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) também já se posicionaram sobre a ameaça, alegando a redução de recursos públicos no sistema representaria corte de mais de 1 milhão de vagas em cursos profissionalizantes ao ano. Além disso, as entidades estimam o fechamento de 162 escolas pelo país.
Na ponta do lápis
Leandro Domingos lembrou, no encontro com a senadora Mailza Gomes, que a capacitação e a instrução trazem grandes benefícios para toda a sociedade. Cálculos feitos por especialistas ligados ao grupo S apontam que a cada R$ 1 investido na área da agricultura resultam em um retorno de R$ 3 à economia nacional.
Derrota fragorosa
A votação em caráter de urgência, na Câmara dos Deputados e também na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça do Senado) do Senado, da proposta do orçamento impositivo – que torna obrigatória a liberação dos recursos do Orçamento da União por meio das emendas parlamentares – foi uma estrondosa derrota do governo Bolsonaro para o Congresso.
Celeridade recorde
Em apenas três dias, a PEC tramitou com extrema agilidade, e deverá ser aprovada em votação de dois turnos antes de ser devolvida à Câmara, devido às modificações feitas pelos senadores.
Resposta às afrontas
A eficiência em torno da proposta resulta do descontentamento dos congressistas em relação à empáfia dos rebentos de Jair Bolsonaro. Estes, do alto do pedestal de sua pretensa superioridade ética, têm afrontado os parlamentares federais com insinuações de que eles não estariam moralmente à altura dos primeiros.
Única saída
Com a aprovação das emendas impositivas, que haverá de engessar ainda mais a margem de manobra orçamentária do governo, restará aos palacianos entrarem de vez no debate sobre a Reforma da Previdência, da qual os velhacos têm mantido distância cautelosa.
Berlinda
Sem o protagonismo do governo junto ao Parlamento, no que diz à aprovação da reforma previdenciária, não haverá dinheiro para investimentos e tampouco os resultados esperados para os problemas da economia. Em suma, ou os Bolsonaro se mexem, ou o governo acaba antes do prazo constitucional.
A convite
O encontro do senador Marcio Bittar (MDB) com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, é mais uma evidência sobre a eficácia da atuação parlamentar do emedebista.
Aceno
Autor de projetos voltados para a área da segurança pública, Bittar também foi guindado ao cargo de relator do projeto que criminaliza o caixa 2 no Senado. Moro, com o convite para a audiência ocorrida ontem (3), na Esplanada dos Ministérios, acenou com sua gratidão aos esforços de Bittar em aprovar as propostas que compõem o pacote anticrime.
Reação
O governador Gladson Cameli (Progressistas) parece disposto a reverter o desgaste político colhido nos seus três primeiros meses de mandato. Suas declarações, nos últimos dias, corroboram a tese da coluna.
A patuleia adorou
A última delas, registrada pelo site ContilNet, foi a que mais agradou ao eleitorado do Acre, por estar relacionada ao bolso dos contribuintes. Segundo Cameli, seu governo estuda reduzir a taxa de ICMS incidente sobre a energia elétrica – que encarece a fatura ao consumidor final em 33%, devido à cobrança ser feita sobre os demais tributos.
Tunga companheira
Ainda em estudo, não há referência ao atual valor cobrado pelo governo – mas o fato é que nos últimos 20 anos o percentual foi estabelecido em 25% pelos governos companheiros. Além da energia, produtos como combustíveis de veículos leves e pesados, querosene de aviação, e os serviços TV por assinatura, internet e telefonia móvel e fixa também foram sobretaxados pelos antecessores do PT.