Associação de coletores obtém apoio de instituições para melhorar venda de castanha

A venda de castanha – a castanha-do-Brasil ou do Pará – no Acre não deve ser mais uma atividade isolada dos coletores do produto na floresta. Eles devem se reunir em grupos para que as castanha seja vendida em grandes escalas e assim os coletores possam conseguir um melhor preço para o produto, decidiram moradores e coletores do Seringal Porvir, que fica dentro da Reserva Extrativista Chico Mendes, no município de Epitaciolândia (AC), no Alto Acre, e gestores da Associação Wilson Pinheiro, durante reuniões para debater mercado da castanha.

Os encontros foram realizados a partir do projeto “Castanhal: uso sustentável da sociobiodiversidade”, que conta com o apoio da Embrapa Acre (Rio Branco) e Embrapa Rondônia (Porto Velho), que é fruto do esforço coletivo de extrativistas e lideranças comunitárias do Seringal Porvir e tem o apoio da Fundação Banco do Brasil, no âmbito do Acordo de Cooperação Técnica Ecoforte, iniciativa do governo federal que investe na produção sustentável no Bioma Amazônia.

Entidades e instituições como a Embrapa querem ajudar na organização dos coletores/Foto: reprodução

O objetivo é aperfeiçoar os cuidados nas diferentes etapas do trabalho extrativista – da coleta dos ouriços na floresta à logística de transporte – e orientar sobre estratégias de comercialização mais compensadoras para os produtores. Cerca de 40 famílias são contempladas pelas ações executadas com o apoio da Embrapa, por meio do projeto Bem Diverso, e do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), órgão que atua na gestão compartilhada do projeto, junto com a comunidade.

O administrador de empresas Thiago Cabral, um dos mediadores da discussão, o ponto de partida para a construção de relações comerciais mais sólidas é investir no fortalecimento da organização social. “Buscamos enfatizar que há mercado para produtos da sociobiodiversidade, principalmente com as preocupações de qualidade de vida do público consumidor. O importante é que os extrativistas se organizem para fazer a gestão da comercialização da produção, iniciando por um planejamento de médio prazo que contemple a definição de estratégias de venda e entrega dos produtos”, destaca.

Outro ponto abordado foi a inserção em mercados institucionais, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e Política de Garantia de Preços Mínimos para os Produtos da Sociobiodiversidade (PGPM-Bio), do Governo Federal. “A necessidade de buscar espaços de comercialização institucional reforça o desafio de planejar a produção e pensar em estratégias de venda adequadas para estes mercados. As lideranças das associações são jovens, que demonstram ter bastante interesse em fortalecer as atividades produtivas na comunidade”, afirmou Rocio Ruiz, analista da WWF Brasil.

A próxima etapa do trabalho dos gestores será o planejamento da venda da safra de castanha-do-brasil de 2020 com os demais membros da Associação. “Essa discussão nos incentivou. É possível conseguirmos aumentar o valor da castanha. Nós vamos nos reunir e discutir isso com a comunidade”, conclui Silva. Nos dias 26 a 29 de março, a consultora técnica do projeto Bem Diverso, Jannyf Santos, estará na comunidade para auxiliar nas discussões.

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