18 de abril de 2024

Trump anuncia pronunciamento sobre muro entre EUA e México e visita à fronteira

O presidente americano, Donald Trump, aumentou nesta segunda-feira (7) a pressão em sua luta pela construção de um muro entre os Estados Unidos e o México, que considera fundamental para impedir a imigração ilegal, ao anunciar que fará um discurso “à Nação” nesta terça-feira (8) e que visitará a fronteira na próxima quinta (10).

Trump, que trava uma queda de braço com os democratas no Congresso pelo financiamento do projeto do muro de mais de US$ 5 bilhões, escreveu em sua conta no Twitter que falará ao país às 21h local (meia-noite de quarta, pelo horário de Brasília) sobre o que chamou de “crise da Segurança Nacional e Humanitária na nossa Fronteira Sul”.

I am pleased to inform you that I will Address the Nation on the Humanitarian and National Security crisis on our Southern Border. Tuesday night at 9:00 P.M. Eastern.
— January 7, 2019

Horas antes, a porta-voz executiva da Casa Branca, Sarah Sanders, anunciou uma visita de Trump na próxima quinta-feira à fronteira com o México “para se reunir com quem está na linha de frente da crise humanitária e de segurança nacional”. O destino exato não foi informado.

A mensagem de Trump coincide com o 17º dia do polêmico “shutdown”, a paralisação parcial do governo federal.

A paralisação ocorre porque o projeto de orçamento de algumas agências federais está travado no Congresso. Trump insiste que não assinará um projeto que não inclua a liberação da cifra bilionária para construir o tão questionado muro fronteiriço, que tinha prometido em sua campanha presidencial para combater a imigração ilegal.

Donald Trump fala novamente sobre muro durante coletiva na Casa Branca — Foto: AP Photo/Alex Brandon Donald Trump fala novamente sobre muro durante coletiva na Casa Branca — Foto: AP Photo/Alex Brandon
Donald Trump fala novamente sobre muro durante coletiva na Casa Branca — Foto: AP Photo/Alex Brandon

“Temos que construir o muro, é a segurança do nosso país (…). Não temos outra opção”, disse Trump no domingo, acrescentando estar disposto a que seja feito de aço ao invés de concreto se isto permitir destravar as negociações.

Cerca de 800.000 funcionários federais foram afetados pela paralisação parcial de agências da administração do governo que ocorre desde 22 de dezembro. Essas agências estão sem recursos e os funcionários impactados sofrem com o atraso de seu pagamento.

Donald Trump/Foto: Reprodução

Poderes de emergência

Os democratas, que recuperaram o controle da Câmara de Representantes depois das eleições de meio de mandato, reiteram que se opõem a financiar este muro, que consideram imoral, caro e ineficiente.

Trump chegou a ameaçar evitar o Congresso, invocando poderes de emergência para ordenar a construção do muro.

Teoricamente, estes poderes lhe permitiriam buscar recursos alternativos para erguer a barreira e possivelmente reabrir alguns setores do governo.

No entanto, isso aumentaria a tensão política, dado o desacordo sobre o alcance dos direitos presidenciais. É quase certo que os opositores o acusariam de abuso de poder presidencialista e responderiam com ações nos tribunais.

Tema central

Trump fez da construção do muro o tema central de suas políticas de tom nacionalista. Desde a campanha eleitoral, afirma que a fronteira com o México é uma porta aberta para os criminosos, inclusive narcotraficantes, estupradores, terroristas, pessoas com doenças perigosas e falsos solicitantes de asilo.

De fato, a fronteira tem sido por anos passagem de importantes contingentes de imigrantes ilegais e de um próspero tráfico de drogas. No entanto, checadores de informação têm desacreditado as denúncias e queixas mais assustadoras, incluindo as ameaças terroristas.

Os democratas acusam Trump de inflar a “crise” e consideram que o muro é uma manobra política que não vale o dinheiro que exigiria dos contribuintes.

Mas Trump frequentemente se vangloria de suas duras habilidades de negociador do setor imobiliário e parece gostar desta situação, insistindo que deixará o governo sem recursos pelo tempo que for necessário, “inclusive anos”, para pressionar os democratas.

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