24 de abril de 2024

Áudio de Gladson dirigido a secretários tem como verdadeiros destinatários os aliados aflitos

Basta plantar

O deputado federal Alan Rick (DEM), o empresário Marcello Moura, o governador Gladson Cameli e o deputado estadual Roberto Duarte Jr. (MDB) integraram o grupo que visitou nesta sexta a propriedade rural do pecuarista Jorge Moura. Eles foram conferir o plantio de soja em 700 hectares de terra.

Nova Era  

Jorge Moura acredita que o Acre inicia um novo ciclo econômico, no qual o produtor, enfim, será respeitado. E comemora a disposição dos novos governos federal e estadual de facilitar o acesso ao crédito e agilizar o licenciamento ambiental.

Objetivo de vida

Após a visita, Alan Rick, que é membro da Frente Parlamentar da Agropecuária, assegurou que continuará trabalhando “por um estado mais produtivo, capaz de gerar empregos e pôr comida na mesa de todos os acreanos”.

Distorções

Áudio reproduzido por este portal de notícias, logo após ser vazado de um grupo do aplicativo WhatsApp, do qual faz parte o governador Gladson Cameli (Progressistas), foi objeto de conclusões no mínimo questionáveis.

Perito de araque

O repórter de um site sediado em Brasileia, na região do Alto Acre, só de ouvir a gravação, conseguiu detectar ‘descontrole’ na voz do governante e também o ‘destempero’ de suas palavras. “Altamente irritado, ele [Gladson] pede para que não sejam mais nomeados ‘petistas’ para os cargos do governo”, assegura o escriba na reportagem.

Inépcia

A artimanha é tão descarada que o autor recorre a um advérbio de intensidade (altamente) na tentativa de realçar o adjetivo (irritado), atribuídos a Cameli. Ocorre que os manuais de redação jornalística condenam o emprego dos primeiros e recomendam parcimônia no uso dos segundos. E quem ignora tais preceitos, claro, não parece em condições de reportar fatos – e menos ainda de interpretá-los.

É um gênio!

Mas a estilística é um mero detalhe frente à lógica mambembe do redator, que foi capaz de encontrar uma discrepância entre a recomendação do governador contra a nomeação de petistas na atual gestão e sua promessa de que em seu governo ninguém seria perseguido.

Ai, meus sais…

Para o sábio, barrar o acesso a cargos comissionados daqueles que até dias desses usavam as redes sociais para fazer campanha para o candidato do PT, ao tempo em que desferiam ataques à honra do atual governador, é o mesmo que punir servidores públicos porventura contrariados com as novas políticas de governo.

Desenhando

Expurgar da máquina pública quem dela viveu – e muito bem obrigado – por longos 20 anos não é sinônimo de perseguição, mas de coerência e respeito – seja aos aliados que acreditaram na mudança e foram às ruas por ela, seja a todos os acreanos que não desejam mais ver as velhas caras na nova administração. Ouça o áudio gravado por Cameli:

Como é que é?

Ainda sobre o site mencionado, o redator, a certa altura, diz que “O tom de voz de Gladson no áudio mistura irritação e desespero”. Não compreendi o significado deste último vocábulo no contexto da reportagem, mas o tempo me ensinou que quanto maiores as potocas que se diz, mais se faz necessário carregar nas tintas para disfarçá-las.

Comemoração

Com isso não estou querendo dizer que não notei o tom exasperado na voz do governador Gladson Cameli, no mencionado áudio. E também não vou negar que sua determinação me animou. Não só por não acreditar na acolhida dos que até outro dia lhe desrespeitavam a memória do tio – o ex-governador Orleir Cameli –, como também não se dignaram, sequer, em honrar sua genitora. Além disso, desconfio da existência larvar de uma campanha que tenciona desestabilizar a relação entre Cameli e os seus apoiadores.

Desmemoriado

O redator, no desfecho da reportagem, recorre à ironia. Veja: “Ao final do áudio de Gladson, fica claro como deve ser feito (sic) a escolha de quem vai comandar o Estado e ajudar a resolver os problemas. ‘Primeiro ponto: são pessoas ligadas, que balançaram nossas bandeiras, lutaram por nossa vitória e estão esperando aí por 20 anos’. Parece que balançar bandeira é a coisa mais importante no Acre”, conclui o escriba de memória curta. Ou os 2,1 mil comissionados que ajudaram a enterrar nossa combalida economia não estavam ali, grosso modo, de prontidão para bandeirar nas ruas em favor do petista madrugador?

Em brancas nuvens

Mas o mais importante não foi observado pelo escriba, como também passou despercebido por outros coleguinhas que se ocuparam do assunto. A experiência acumulada em 29 anos de profissão me faz concluir que o áudio endereçado aos secretários de governo tinha, na verdade, os aliados políticos como destinatários.

Ledo engano

Sob a justificativa de admoestar os integrantes do primeiro escalão, Gladson falava mesmo é para a turma dos aflitos. Engana-se, portanto, quem acha que o povo elegeu um ingênuo para o Palácio Rio Branco.

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