18 de abril de 2024

A última lição deixada por Tião Viana é que a farsa sempre acaba desmoralizada pelos fatos

Enfim, a verdade

O anúncio feito pelo governador Tião Viana, em coletiva de imprensa convocada no fim da tarde de ontem (20), foi uma espécie de estertor dos afogados. Com o país submerso na crise, o Acre foi ao fundo do poço graças à imprudência fiscal de um governo irresponsavelmente perdulário.

Calote

Chamada às pressas, a imprensa noticiaria em seguida que não há dinheiro para honrar o pagamento do 13º de cerca de 23 mil servidores públicos estaduais. Os perus de Natal, portanto, haverão de encalhar nos supermercados.

Governo da minoria

A falência do Acre não é obra do acaso e nem decorre de uma instabilidade da economia mundial. E se em parte a nossa pindaíba resulta da crise gerada pela política econômica de Lula e Dilma, ela é, principalmente, fruto das decisões de quem resolveu governar para poucos.

Leitura dinâmica

Mais preocupado em garantir benesses e mordomias para aliados e correligionários, o govenador do PT tratou de malbaratar os recursos públicos. Obras, ações, iniciativas e criação de cargos fizeram a alegria de poucos – e a grande tragédia do restante de nós.

Discrepâncias

Há, aos montes, dados elaborados por instituições confiáveis e renomadas, a comprovarem que a pobreza se manteve inalterável no Acre, enquanto a fortuna de alguns foi anabolizada pela bondade seletiva do nosso representante político.

Pra exemplificar

Dias atrás, esta coluna revelou que uma empresa recebe R$ 70 mil mensais para fornecer água ao Hospital das Clínicas por meio de caminhões-pipa. Ocorre que por lá a água, fornecida pelo Depasa, jorra em abundância nas torneiras.

Camaradagem

Mas isso é um mero um respingo nesse mar de lama. Em abril, a coluna revelou com exclusividade que o governo contratou, por quase meio milhão de reais, a ONG SOS Amazônia para elaborar um estudo de viabilidade econômica de produtos como óleo de buriti, manteiga de murmuru e cacau nativo.

Perdulários

Antes disso, em dezembro de 2016, revelei numa reportagem que a Secretaria de Comunicação do Estado (Secom) havia gasto mais R$ 384 mil naquele ano com o fornecimento de agentes de portaria aos órgãos que compõem o sistema público de comunicação. A secretária Andréa Zílio, assim que assumiu a pasta, trocou a empresa prestadora de serviço, mas manteve a despesa. E não quis, na época, responder por que o governo não destinava servidores de carreira para a função.

Pega na mentira!

Acostumados a bravatear seus delírios de grandeza e a fazer da mentira um meio de vida, os companheiros negaram, até não mais poder, que o pagamento do 13º salário do funcionalismo estadual estaria ameaçado pelo colapso financeiro.

Caradura

No dia 6 deste mês, por exemplo, a Sra. Andréa Zílio tentou desmentir o que chamou de ‘falsa notícia’ sobre o risco de calote contra os servidores públicos. Sobre a informação que circulava em grupos do aplicativo WhatsApp, ela afirmou se tratar de reportagem ‘datada de 3 de dezembro de 2015’.

Potoca

Em novembro, era o próprio governador do PT quem tentava espanar os ‘boatos’ sobre o desequilíbrio fiscal de sua gestão. A exaltar a saúde financeira do Acre, ele bravateou a capacidade do governo de ‘fazer investimentos’ e manter os salários em dia.

Jardineiro infiel

A desmoralização protagonizada ontem pelos companheiros, na mencionada coletiva de imprensa de última hora, nada mais é do que a comprovação de que só se colhe aquilo que foi cultivado. O problema no presente caso, porém, é que o governante petista só plantou desastre – e ao povo caberá colher calamidades.

Revolta

Ainda sobre o petista, ele foi às redes sociais, ontem, desancar o ministro Dias Toffoli, do STF, pela decisão de cassar a liminar do colega de toga Marco Aurélio Mello, que colocaria, entre outros bandidos, o ex-presidente Lula em liberdade.

Insulto literário  

Tião postou o seguinte: “Marco Aurélio toma decisão solidamente vinculada à Constituição Federal, outros decidem por razões alheias ao ordenamento jurídico. Macunaíma”, disse ele, a mencionar o personagem do romance homônimo do escritor Mario de Andrade.

Leitura dinâmica

Conhecido como o ‘herói sem caráter’, Macunaíma tinha ainda o defeito de ser ladino e preguiçoso. A mensagem de Tião, endereçada a Toffoli, portanto, é mais do que óbvia.

Literatura e política

Como aprecio os bons livros e costumo me afeiçoar aos personagens marcantes da literatura mundial, vou, também, fazer uma comparação: não obstante a protuberância abdominal que nos faz lembrar Sancho Pança, do romance de Miguel de Cervantes, Tião está mais para Dom Quixote.

Desatinado

Mesmo quem não leu o romance de Cervantes conhece algumas de suas célebres passagens, como a que descreve o desatino do personagem a lutar com moinhos de vento, achando se tratar de gigantes. O governador petista se julga, tal qual o protagonista da obra citada, um herói destemido e encarregado de combater o mal. A verdade, porem, é que, tal qual Dom Quixote, o companheiro se ocupa em operar uma lambança atrás de outra.

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