19 de abril de 2024

Acidente aéreo que matou Dom Giocondo, em Sena Madureira, completa 47 anos

Foi no dia 28 de setembro de 1971 que Sena Madureira registrou o maior acidente aéreo de sua história. Minutos após ter feito a decolagem, o avião DC3, da empresa Cruzeiro do Sul, que viajava com destino a Rio Branco, apresentou problemas no motor, bateu em uma árvore e caiu em um matagal na comunidade Boca do Caeté.

Aquele dia fatídico deixou saldo de 33 mortos entre passageiros e tripulação. Ao cair no solo, o avião explodiu não deixando nenhum sobrevivente. Todos morreram carbonizados.

Entre as vítimas estava o Bispo Dom Giocondo Maria Grotti, que a época chefiava a Diocese da Igreja Católica no Acre. O religioso, que era italiano, estava no Acre em substituição ao Bispo Fontenele de Castro, e havia feito uma visita a Sena Madureira.

Acidente aéreo completa 47 anos/Foto: reprodução

Nesta sexta-feira, 28, se completam 47 anos da tragédia. No local do episódio algumas peças do avião ainda podem ser encontradas, como o motor e outros artefatos. Também foi criada a capela Dom Giocondo, em homenagem ao Bispo.

Em 1971, muitos moradores de Sena Madureira sequer eram nascidos. Por isso, nos dias atuais, professores da escola Anjo da Guarda, que fica na comunidade Boca do Caeté, procuram realizar trabalhos com os alunos, detalhando o triste acontecimento.

A professora Humbelina da Conceição Bezerra, tinha 12 anos de idade na época da tragédia. “Me lembro que, após a queda do avião, corri em direção ao local, mas não era possível aproximação porque a fumaça era muito forte”, comentou.

Sobre a morte do Bispo, até hoje ela se emociona ao relembrar o ocorrido. “Foi ele quem fez minha primeira comunhão e crisma. Uma perda irreparável. Lamentamos também por todas as pessoas”, finalizou.

O funcionário público Antônio Furtado, ex-presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Sena Madureira, tinha 17 anos quando a tragédia aconteceu. À nossa reportagem, ele relatou que ia pra escola na companhia do irmão quando avistaram de longe e correram pra lá.

“Ao chegarmos lá não deu pra se aproximar porque o fogo estava com quase dois metros de altura. Me lembro bem que os corpos foram resgatados de lá e transportados em caixas de madeira. Um dia antes o Bispo Dom Giocondo tinha ministrado aula pra nossa turma. Foi uma tristeza pra todos nós”, relembrou.

Mesmo depois de passados 47 anos, a tragédia é lembrada com frequência pela população. Segundo informações, muitos dos passageiros tinham vindo a Sena Madureira pela BR-364, ou seja, via terrestre, mas resolveram retornar de avião por conta da época chuvosa, que tornava ruim a trafegabilidade no trecho.

O maior acidente aéreo do município aconteceu três dias após Sena Madureira ter completado 67 anos de fundação.

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