18 de abril de 2024

Chefe indígena sofre ameaça de morte; motivo pode ser ocupação de Parque Ecológico

cacique

Mapu Huni Kuî foi ameaçado de morte

O líder indígena Mapu Huni Kuî realizou nos dias 18 e 19 de abril, junto com os moradores da Reserva indígena Huni Kuî, Huwã karu e Yuxibu no Parque Ecológico Municipal de Plácido de Castro, o evento “Plácido de Castro no Abril Indígena – 2016”. Porém, no dia 21 de abril, Dia de Tiradentes, o chefe Mapu foi ameaçado de morte ao sair da escola na principal via pública de Plácido de Castro (distante 100 km de Rio Branco).

Segundo o Mapu, por volta das 22h, ao sair da aula, andando em via pública percebeu que um carro preto encostava ao seu lado. O veículo parou próximo a ele, e um jovem que estava no interior o ameaçou de morte.

“Não tinha mais ninguém na rua esse horário, só eu e meu sobrinho voltando da escola em direção ao Parque, quando parou um carro preto e um rapaz apontando para mim disse que eu iria morrer. Na hora não tive ação de ver o número da placa, pois foi muito rápido. Numa sexta-feira eu não me senti bem para ir à escola e foi só o meu sobrinho. Ao retornar para casa, ele percebeu que esse mesmo carro o perseguiu novamente e me avisou que eles estavam realmente procurando por mim”, diz Mapu.

De acordo com a mulher de Mapu Huni Kuî, Mirna Rosário, não se tem um motivo concreto para essas ameaças, mas há suspeitas contra um vereador de Plácido de Castro, que há pouco mais de um mês teria impedido o líder índigena de realizar atividades dentro do Parque Ecológico Municipal.

“Nós não estamos aqui para julgar ninguém e nem tirar conclusões precipitadas, mas a única divergência que ele teve foi com esse vereador, por isso a especulação. Esperamos que as autoridades competentes venham apurar os fatos e punir quem originou essa ação de violência e intimidação”, afirma Rosário.

Desde agosto de 2015, Mapu, juntamente com um pequeno grupo familiar, vem ocupando o parque ecológico municipal de Plácido de Castro, ocupação essa autorizada pelo prefeito do município. Apesar das dificuldades e dos pequenos apoios, as famílias indígenas já têm um projeto de desenvolvimento para o espaço, estimulando o etnoturismo com responsabilidade e inteligência, além do intercâmbio entre membros do povo Huni Kuî, buscando contribuir no fortalecimento da cultura.

Somente este ano, apesar da pouca estrutura, a reserva indígena já recebeu cerca de 300 pessoas do município e de vários lugares do Brasil. Um espaço que antes estava abandonado, servindo para uso de drogas, prostituição e incêndios criminosos vem sendo revitalizado com a presença das famílias indígenas no local com atividades culturais e de reflorestamento em áreas degradadas.

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